Proteção ou fuga de conflito? Internet discute quando ghosting é aceitável

Nas redes, a galera tem se questionado se em situações de conflito ou desconforto, o ghosting não é a melhor saída

Por Mavi Faria 27 abr 2025, 13h00
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prática do ghosting não é nem um pouco rara e você deve ter, no mínimo, um exemplo de um contatinho ou amigo que, do nada, saiu da sua vida sem dar explicação nenhuma. Boa parte da galera condena essa atitude, mas, nos últimos dias, alguns comentários nas redes sociais têm levantado que, em situações de desconforto, o ghosting é até necessário.

A sigla em inglês, derivada da palavra “ghost” (fantasma), se formou uma expressão que, com o prefixo “ing”, designa a ação de se tornar um fantasma na vida da pessoa, ou, traduzindo para o português, “dar um perdido”, “dar um chá de sumiço”, por exemplo.

E faz sentido essa tradução, né? Porque a pessoa realmente some da sua vida, do seu dia a dia, se tornando praticamente um… fantasma. Aqui na CAPRICHO já até mostramos como o ghosting pode afetar a saúde mental da pessoa que sofre o sumiço e até doer mais do que o fim de um relacionamento. Mesmo assim, uma galera nas redes começou a discutir em quais situações o ghosting pode ser uma ação necessária e justificável.

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A discussão foi impulsionada por um vídeo compartilhado por uma jovem em que ela afirma que usa o ghosting como uma ferramenta para ajudar em momentos onde ela se sente “pressionada na relação” ou que sente “confronto”. Outra situação em que ela usa o ghosting é quando a outra pessoa continua tendo comportamentos que ela já anunciou que não gosta.

“Se eu tive que te falar cinco vezes que eu não gosto de uma coisa, eu vou falar a sexta? Não, eu vou sumir. Eu não vou ficar em uma relação onde eu já manifestei que não gosto de um comportamento e a pessoa continuou fazendo. Vou fazer o que então? Sumir, óbvio”, afirma.

Em outro momento do vídeo, ela chegou a comparar o ghosting com o ‘cantinho do pensamento’ usado em escolas e pais para instigar a criança a refletir sobre o erro: “Às vezes eu volto… Eu gosto de sumir, deixar a pessoa ficar repensando o que ela me disse e o que eu disse por último para ela saber onde ela errou, e também porque a gente precisa colocar as pessoas no cantinho do pensando, sabe? Vai refletir o que errou”.

Nos comentários, boa parte da galera apontou que a jovem usa o ghosting como uma desculpa para fugir do conflito – que poderia ajudar não só ela, como a outra pessoa a evoluírem e talvez criarem uma relação mais madura.

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Mas, sobre o ghosting quando a pessoa errou novamente sobre algo que já havia sido discutido, uma galera afirmou que é como se proteger de uma relação que já mostra defeitos, já que, segundo eles, o outro não está se dedicando para melhorar ou ouvir o que é importante.

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Outro ponto que chamou atenção dos internautas foi o tempo no “cantinho do pensamento” apontado pela jovem, que parece muito a reprodução do comportamento de pais ao castigarem o filho quando comete o erro.

Como já lemos aqui na CH, o ghosting pode causar muito sofrimento para quem o recebe e esse “tempo” pode, na verdade, estar prejudicando profundamente a saúde mental do outro. A “terapia do silêncio”, como é conhecida essa prática, pode ser muito dolorosa e se afastar do objetivo do ensinamento. Se a intenção for que o outro evolua e aprenda com os erros, uma conversa clara e honesta ainda é a saída mais saudável e eficaz.

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